O Comitê Municipal do Partido Comunista Brasileiro, a
propósito das eleições municipais de 2012 e o segundo turno previsto para o dia
28 de outubro. Deixa clara a sua posição.
O PCB entende que eleições são um instrumento e não um fim,
levando em conta suas características de partido revolucionário. Seu maior
objetivo é a construção do Poder Popular. Ao longo do primeiro turno e através
de seus candidatos levou aos cidadãos de Juiz de Fora a proposta de mudanças
estruturais na administração pública municipal. O fez com firmeza e civilidade,
em alto nível.
Defendeu e defende a reconstrução dos serviços públicos
municipais desmanchados nos processos de terceirização, acentuando a situação
precária da saúde pública municipal. A adoção do horário integral nas escolas
públicas da rede municipal, proporcionando atividades além das já definidas na
escola tradicional. Nós os comunistas nos manifestamos contra o processo de
privatização da CESAMA, do DEMLURB e o sucateamento privatista da AMAC e das
políticas de assistência social, postas em curso pela atual administração. Pela
implantação gradativa de uma Companhia Municipal de Transportes Coletivos
visando a estatização dos serviços de transportes coletivo urbano,
transformando-os em transportes coletivos públicos.
O PCB levou aos cidadãos a constatação clara que é a cidade
a primeira realidade de cada um de nós e não será possível a construção de uma
cidade justa, capaz de proporcionar uma existência, coexistência digna às
pessoas, sem a construção do Poder Popular. A plena participação dos mais
variados setores e categorias da cidade e em sua totalidade conscientes que os
atuais conselhos, previstos em lei, são meros instrumentos dos governos,
cooptados na política de troca de favores e benefícios.
A compreensão que vivemos sob a égide do sistema capitalista
em crise global, não significa que uma administração comunista não possa ter
êxitos, levando em conta os direitos básicos e fundamentais do cidadão em sua
cidade. Pelo contrário, ao assumir suas responsabilidades o Poder Público
Municipal chama a si a construção de um processo cujo embrião revolucionário é
real. A construção do Poder Popular.
Cumprimos o nosso papel, atingimos os nossos objetivos e
ganhamos o respeito da população, mesmo dos que de nós discordam, pois fomos
capazes de nos apresentar sem dissimulações ou artifícios. São 90 anos de luta
ao lado da classe trabalhadora.
Não enxergamos em nenhum dos dois candidatos que disputam o
segundo turno compromissos claros com o nosso programa e nem com nossos ideais
e postulados marxistas leninistas. Por essa razão o Partido Comunista
Brasileiro se mantém fiel a esses compromissos e não manifesta apoio nem a um e
nem a outro, consciente que ambos representam o mesmo do mesmo com nuances de
marketing que apenas disfarçam essa semelhança.
Nossa conclusão obedece a uma análise de conjuntura que leva
em consideração o todo e não apenas partes ou fragmentos da realidade de Juiz
de Fora, Minas e o Brasil. Somos, a cidade e os seus cidadãos, a primeira
realidade de cada um de nós, mas somos também as primeiras vítimas do processo
neoliberal desfechado no País em maior ou menor escala desde o governo de
Fernando Henrique Cardoso. Hoje, por exemplo, vemos os hospitais
universitários, indispensáveis à formação dos nossos profissionais da saúde, do atendimento à
população e de geração de tecnologias de ponta no setor, ameaçados de
privatização.
Claro está que as promessas feitas ao sabor dos interesses
eleitorais não poderão ser cumpridas e obedecem apenas ao caráter ilusório do
processo eleitoral. Quem constrói mais, quem investe mais, quem vai administrar
melhor. Para quem? Qual o sentido? Não há nenhum compromisso expresso com o Poder
Popular.
É dessa forma, clara e precisa, como tem sido nossa
característica que manifestamos os agradecimentos aos nossos apoiadores e
declaramos nossa posição no segundo turno das eleições municipais de Juiz de
Fora.
E nossa disposição de luta permanente em torno do Poder
Popular. Passa pela organização da classe trabalhadora e a unidade das
esquerdas nas ruas, sindicatos e associações, para fortalecer a luta de
resistência contra novas investidas contra os trabalhadores (as).
É por esses motivos que não apoiamos nenhuma das
candidaturas que disputam o segundo turno. Só a organização autônoma e a luta
contra o poder das elites que governam Juiz de Fora é que fará com que esse
cenário de marginalização social seja combatido.