terça-feira, 23 de outubro de 2012

NOTA OFICIAL SOBRE AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS EM JUIZ DE FORA E O SEGUNDO TURNO



O Comitê Municipal do Partido Comunista Brasileiro, a propósito das eleições municipais de 2012 e o segundo turno previsto para o dia 28 de outubro. Deixa clara a sua posição.
O PCB entende que eleições são um instrumento e não um fim, levando em conta suas características de partido revolucionário. Seu maior objetivo é a construção do Poder Popular. Ao longo do primeiro turno e através de seus candidatos levou aos cidadãos de Juiz de Fora a proposta de mudanças estruturais na administração pública municipal. O fez com firmeza e civilidade, em alto nível.

Defendeu e defende a reconstrução dos serviços públicos municipais desmanchados nos processos de terceirização, acentuando a situação precária da saúde pública municipal. A adoção do horário integral nas escolas públicas da rede municipal, proporcionando atividades além das já definidas na escola tradicional. Nós os comunistas nos manifestamos contra o processo de privatização da CESAMA, do DEMLURB e o sucateamento privatista da AMAC e das políticas de assistência social, postas em curso pela atual administração. Pela implantação gradativa de uma Companhia Municipal de Transportes Coletivos visando a estatização dos serviços de transportes coletivo urbano, transformando-os em transportes coletivos públicos.

O PCB levou aos cidadãos a constatação clara que é a cidade a primeira realidade de cada um de nós e não será possível a construção de uma cidade justa, capaz de proporcionar uma existência, coexistência digna às pessoas, sem a construção do Poder Popular. A plena participação dos mais variados setores e categorias da cidade e em sua totalidade conscientes que os atuais conselhos, previstos em lei, são meros instrumentos dos governos, cooptados na política de troca de favores e benefícios.

A compreensão que vivemos sob a égide do sistema capitalista em crise global, não significa que uma administração comunista não possa ter êxitos, levando em conta os direitos básicos e fundamentais do cidadão em sua cidade. Pelo contrário, ao assumir suas responsabilidades o Poder Público Municipal chama a si a construção de um processo cujo embrião revolucionário é real. A construção do Poder Popular. 

Cumprimos o nosso papel, atingimos os nossos objetivos e ganhamos o respeito da população, mesmo dos que de nós discordam, pois fomos capazes de nos apresentar sem dissimulações ou artifícios. São 90 anos de luta ao lado da classe trabalhadora.

Não enxergamos em nenhum dos dois candidatos que disputam o segundo turno compromissos claros com o nosso programa e nem com nossos ideais e postulados marxistas leninistas. Por essa razão o Partido Comunista Brasileiro se mantém fiel a esses compromissos e não manifesta apoio nem a um e nem a outro, consciente que ambos representam o mesmo do mesmo com nuances de marketing que apenas disfarçam essa semelhança.

Nossa conclusão obedece a uma análise de conjuntura que leva em consideração o todo e não apenas partes ou fragmentos da realidade de Juiz de Fora, Minas e o Brasil. Somos, a cidade e os seus cidadãos, a primeira realidade de cada um de nós, mas somos também as primeiras vítimas do processo neoliberal desfechado no País em maior ou menor escala desde o governo de Fernando Henrique Cardoso. Hoje, por exemplo, vemos os hospitais universitários, indispensáveis à formação dos nossos profissionais da saúde, do atendimento à população e de geração de tecnologias de ponta no setor, ameaçados de privatização.

Claro está que as promessas feitas ao sabor dos interesses eleitorais não poderão ser cumpridas e obedecem apenas ao caráter ilusório do processo eleitoral. Quem constrói mais, quem investe mais, quem vai administrar melhor. Para quem? Qual o sentido? Não há nenhum compromisso expresso com o Poder Popular.

É dessa forma, clara e precisa, como tem sido nossa característica que manifestamos os agradecimentos aos nossos apoiadores e declaramos nossa posição no segundo turno das eleições municipais de Juiz de Fora. 

E nossa disposição de luta permanente em torno do Poder Popular. Passa pela organização da classe trabalhadora e a unidade das esquerdas nas ruas, sindicatos e associações, para fortalecer a luta de resistência contra novas investidas contra os trabalhadores (as).

É por esses motivos que não apoiamos nenhuma das candidaturas que disputam o segundo turno. Só a organização autônoma e a luta contra o poder das elites que governam Juiz de Fora é que fará com que esse cenário de marginalização social seja combatido.
Leia mais...

terça-feira, 2 de outubro de 2012

CARTA Resposta com Propostas do PCB-JF aos Artistas


CARTA ABERTA DOS ARTISTAS AOS CANDIDATOS À PREFEITURA DE JUIZ DE FORA

(respostas dos candidatos do PCB)




I – Considerações Gerais


A cultura como um todo é parte do resgate do papel cidadão e popular na construção de uma CIDADE CAMARADA, como propõe o Partido Comunista Brasileiro por seus candidatos.

E como parte desse processo é indispensável ao todo nas transformações estruturais propostas pelo Partido Comunista Brasileiro – PCB –

Numa sociedade capitalista, onde o saque e a pirataria são as essências das grandes potências no mundo, que o geógrafo brasileiro Milton Santos chamou de “globalitarizado” (globalizado pelas armas), em que o espetáculo da alienação toma conta e transforma o ser humano em robô, em objeto, fato já constatado por vários pensadores contemporâneos, a arte interpreta e transmite desde as reações que brotam das entranhas do artista e se voltam para cada um de nós, até a cultura como broto dessa árvore de conscientização e resgate do ser a partir de sua realidade imediata, a cidade.

Nessa medida o PCB tem propostas claras e definidas para a cultura, que se somam à educação, a saúde, ao lazer e permitem que desses escombros capitalistas saia intacta emergindo e ocupando todos os espaços possíveis.

Arte e cultura. Arte é cultura.

II – Considerações sobre o Documento


A preocupação básica do PCB é implementar as infra-estruturas necessárias para as diversas formas artístico-culturais citadas no documento. Artes visuais, artes audiovisuais, teatro, dança, circo, literatura, museus, música, patrimônio material e imaterial, artesanato e preservação da memória.

A integração da cultura e das artes no projeto de educação em horário integral nas escolas da rede pública municipal a partir do segundo ano de governo. A formação de quadros a partir de concursos públicos, plano de cargos, salários e carreira.

A realização de festivais de teatro, música, cinema, dança, aproveitamento do espaço do Museu Mariano Procópio, apoio a parcerias público privadas dentro dessa ótica e desse projeto (parcerias publico/privadas têm o seu lugar na cultura, mas não têm na saúde, na educação, nos transportes coletivos, por exemplo).

Inserção da cultura numa das mais importantes características do perfil de Juiz de Fora, o turismo de eventos.

A Lei Murilo Mendes, tanto quanto a conclusão das obras do Teatro Paschoal Carlos Magno devem ser objeto de discussão entre os artistas locais, toda a comunidade, que o PCB chama de Poder Popular e são indispensáveis ao projeto comunista de resgate da cultura e transformação de Juiz de Fora em pólo cultural regional com perspectivas de alcance nacional.

Uma revisão da lei se impõe, deve ser resultado de consenso entre o Poder Público, artistas e Poder Popular e recursos orçamentários existem desde que haja vontade política e inversão das prioridades atuais em termos de administração municipal.

O que se aplica à Lei Murilo Mendes e ao Teatro Pachoal Carlos Magno se aplica também ao Centro Cultural Bernardo Mascarenhas, ao Centro Cultural Dnar Rocha e ao Museu Mariano Procópio, que, a despeito dos problemas enfrentados, encontra-se, neste momento gerido por mãos competentes, refiro-me da Douglas Fasolato.

O processo de capacitação e formação de artistas da cidade, seja na manutenção de cursos, oficinas e grupos de pesquisa cabe dentro do projeto do PCB de descentralização das atividades culturais, invertendo a mão de direção atual, ou seja, concentrados no chamado centro urbano e se voltando para os bairros, até com uma característica, a capacidade de descobrir e resgatar, trazer ao centro do palco o artista popular. As várias manifestações de arte popular, numa troca que trará benefícios a todos.

A prática, já com êxitos surpreendentes, experimentada nos fóruns sociais mundiais de centros culturais em forma de circo em bairros do entorno do centro e mesmo os mais distantes, com atividades permanentes e concatenadas por Poder Público e Poder Popular, integrado à educação em horário integral, à prática de ouvir e aprender com a comunidade, com aproveitamento de artistas na maior amplitude possível, tem baixo custo, do ponto de vista do orçamento municipal, tem incentivos dos governos do estado e federal e tem, nesta área, a perspectiva de parcerias público privadas.

A arte e a cultura não são privilégios, pelo contrário, são direitos, devem ser tratados assim num governo que busca a construção do socialismo.

O Conselho Municipal de Cultura é formulador de políticas culturais, parte indissociável do Poder Público, como do Poder Popular, na percepção que cultura transforma, conscientiza e liberta. Seu papel é de extrema importância na formulação de consensos para o setor, de canalizador das reivindicações específicas e populares.

Não há porque não implantar o Sistema Nacional de Cultura em Juiz de Fora, já que, como dito anteriormente, o nó górdio das políticas voltadas para as artes e a cultura, que entendemos comuns, são de baixo custo e excepcionais resultados, bastando para tal vontade política.

A Sociedade de Belas Artes Antônio Parreira é parte da história da cultura de Juiz de Fora, se olharmos o que o Poder Público tem feito em outros setores, beneficiando elites econômicas, iremos concluir que seria uma das atitudes necessárias de um governo comunista, a sede e através dela o fomento das atividades a que se presta a Sociedade de Belas Artes Antônio Parreira.

Há um outro aspecto fundamental no programa do Partido Comunista Brasileiro. A recuperação da memória da cidade. A criação de um grupo envolvendo setores artísticos e culturais da cidade, comunidade, para a recuperação dessa memória e conferindo autonomia ao Museu da Imagem e do Som, indispensáveis a esse trabalho. Como da Orquestra Filarmônica de Juiz de Fora, patrimônio cultural que não pode ser deixado de lado.

III – Considerações Finais

O PCB, por seus 90 anos de história, tem registrado em seus quadros a presença e militância de figuras do mundo artístico e cultural como Di Cavalcanti, Cândido Portinari, Oswald de Andrade, Monteiro Lobato, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Carlos Drumonnd de Andrade, Guimarães Rosa, Darci Ribeiro e outros que somados aos lutadores populares de nossa história, desde Luís Carlos Prestes, ou dos fundadores em 1922, um compromisso claro e transparente como as artes e com a cultura.

Entendemos que como a cidade é a nossa primeira realidade, a realidade imediata, é aqui que começamos o processo revolucionário e as artes e a cultura são, em si, revolucionárias.

Por isso não temos dúvidas em subscrever o documento apresentado, tampouco em dizer a realizações e as reivindicações ali contidas dependem apenas de vontade política.

Isso sobra no Partido Comunista Brasileiro


Juiz de Fora, 29 de setembro de 2012

Laerte Braga – candidato a Prefeito

Rubens Ragone – candidato a Vice-Prefeito

Luiz Carlos Torres – Kaizim – candidato a Vereador  
Leia mais...

Morre Eric Hobsbawm.


Morre Eric Hobsbawm.

Morre aos 95 anos historiador marxista Eric Hobsbawm.

"A história pode ter vencedores a curto prazo, mas os ganhos históricos vêm dos vencidos."
Eric Hobsbawn
MEMÓRIA - Em 2003, durante a primeira edição da Festa Literária de Paraty (FLIP), Eric Hobsbawm recebe edição do jornal Imprensa Popular durante noite de autógrafos.
O historiador fez questão de guardar o jornal, afirmando aos então redatores Paulo Schueler e Bruno Dias que pediria a tradução para o inglês para se inteirar da linha política do PCB.



Leia mais...